Diz a lenda, que nas festas das comunidades ribeirinhas, quando se comemora o dia de Santo Antônio, São João Batista e São Pedro, é que o boto sai das águas do rio e se transforma em um belíssimo homem.
Ele gosta de beber bastante e é um bom dançarino. Seu traje é todo branco: roupa, chapéu e sapato. O chapéu é usado para disfarçar, já que a transformação não é completa, um grande orifício no alto da cabeça, feito para ele respirar.
Segundo a lenda, ele ainda carrega uma espada presa ao seu cinto, porém ao final da madrugada, quando é chegada a hora de voltar para o rio, é possível observar que todos os seus acessórios são, na verdade, outros habitantes do rio. A espada é um poraquê (peixe-elétrico da Amazônia), o chapéu é uma arraia, o cinto e os sapatos são outros dois tipos diferentes de peixes.
Este rapaz, atraente e desconhecido, conquista com facilidade a moça mais bonita e desacompanhada que encontrar em seu caminho. Dança com ela a noite toda e consegue seduzi-la. Além disso, guia a moça até o fundo do rio, por vezes, a engravida e a abandona.